PRODUÇÃO E UTILIZAÇÃO DE ESPETÁCULO DE DANÇA COM MEIOS INTERATIVOS E ELETRÔNICOS DE VISUALIZAÇÃO CELULAR E MOLECULAR EM DIFUSÃO DA BIOQUÍMICA.

RESUMO

A proposta deste projeto produzir e utilizar a dança, com meios interativos e eletrônicos de visualização celular e molecular, sobre processos celulares de transportes. 

Incide na busca de construir novos modelos de ensino, numa abordagem epistemopoética, enfocando multidimensionalmente questões concernentes ao ensino da bioquímica, relacionadas à expressão estética de processos metabólicos para elaboração de um espetáculo coreográfico voltado à difusão científica [LIMA: 2007]. 


As experiências realizadas no âmbito da difusão científica, tais como: a criação de espaços interativos em ambientes celulares [ARAUJO-JORGE: 2004], a produção de vídeos, peças de teatro e livros didáticos [MEIS & RANGEL: 2000] e o uso de meios interativos eletrônicos para visualização molecular [ZUFFO & NOGUEIRA: 2005] retificam e vêm intensificando as interfaces da ciência e arte na difusão e popularização da ciência no Brasil. Simultaneamente a estas ações, as encenações contemporâneas correspondem a uma espécie de montagem experimental [COHEN: 1998] e que em suas diferentes modalidades, fazem uso de diversos procedimentos homólogos aos usados nas ciências e nas biociências. 

Podemos apontar algumas destas empreitadas, como as que usam a endoscopia para tornar simultaneamente visível o interior e o exterior do corpo humano em [CANOGAR: 2007], as instalações escultóricas cinéticas de Jean Phillipe que intensificam os relacionamentos entre corpos e máquinas digitais pelo uso de sensores de calor e movimento [DAGOGENT: 1990], a presença da Green Fluorescent Protein (Proteína Verde Fluorescente GFP K-9) nas obras de arte transgênicas de kac [MACHADO: 2006] e nos espetáculos de dança com mediações tecnológicas de Merce Cunnigham [SANTANA: 2006]. 

Estas situações perfazem um território de fronteiras que suscitam e estimulam a reflexão e a produção de novos modelos de difusão científica em biociências através da arte. Como não há ciência que não se beneficie da iconicidade, ao ressaltar o método morfologizante, François Dagognet mostra o papel primordial que a imagem desempenha nas ciências, esta funciona como verdadeira plástica, que faz da imagem-símbolo o fundamento primordial da atividade científica da atualidade [BULCÃO: 2008].

As ciências biológicas sempre foram profundamente dependentes das imagens, seja para auxiliar na descrição morfológica de um organismo ou para exemplificar seu comportamento [EIZEMBERG: 2007]. Todavia, embora haja uma crescente aproximação entre a ciência e a arte contemporânea, a dança ainda é muito pouco utilizada como meio de difusão e popularização em biociências. 

Nesse sentido, os objetivos dessa proposta são: 

1) produzir um espetáculo multimídia de dança, com meios interativos e eletrônicos de visualização celular e molecular e que, simultaneamente, possa consolidar a formação de um núcleo de produção de espetáculos multimídia de dança e agregar material humano e contribuir para gerar futuras produções;


2) produzir audiovisuais, para que toda construção cênico-coreográfica possa ser transposta para formatos de veiculação digital; 

3) produzir um libreto do espetáculo ricamente ilustrado com informações adicionais sobre processos celulares de transporte tratados no espetáculo. 

Desta forma, a dança oferece-se como campo permeável para a formação e transmissão de conceitos em bioquímica e permite ao estudante de diferentes segmentos do ensino fundamental e médio ter acesso à fundamentação, em consonância a uma poética da ciência, para a formação de um saber multiplicador de conexões, que valorize o lugar do corpo e da sensibilidade no ensino das biociências.

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